Fui educada segundo a religião católica, era daquelas meninas
que tinha uma nossa senhora na mesinha de cabeceira e se ajoelhava perante ela
para rezar antes de deitar.
Actualmente o mundo deu voltas a mais e eu nem sei em
que acredito, no que a estados espirituais diz respeito. Mas uma coisa eu sei,
há pessoas a quem nunca vou ser capaz de dizer um adeus definitivo, e portanto,
para lá do que possa acreditar, gosto de pensar que essas pessoas estão agora
num qualquer lugar cheio de luz e felicidade a olhar por mim.
Assim,
num dia como o de ontem, em que volto à terra dos meus pais, sítio onde já só
vou visitar campas e recordar, dei por mim a olhar as fotografias dos meus avós
e tias avós, pessoas que sei que me amaram mais do que a morte pode extinguir e
pedir-lhes que, se é lá que estão os bébés antes de nascerem, que tomem conta
dos meus e que rapidamente me enviem os meus bébés que eu estou ansiosa por os
conhecer. E é assim que entre lágrimas num cemitério, encontrarei sempre paz, o
ciclo da vida continua, aquelas pessoas ficarão sempre presentes nas outras que
se lhe seguem e estes meus anjos da guarda estarão sempre lá para suavizar o
caminho.
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